23/01/2018

# estratégia # guerra

RESENHA & PDF: A Maldição do Vencedor - Trilogia do vencedor #1



Kestrel quer ser dona do próprio destino. Alistar-se no Exército ou casar-se não fazem parte dos seus planos. Contrariando as vontades do pai - o poderoso general de Valória, reconhecido por liderar batalhas e conquistar outros povos -, a jovem insiste em sua rebeldia. Ironicamente, na busca pela própria liberdade, Kestrel acaba comprando um escravo em um leilão. O valor da compra chega a ser escandaloso, e mal sabe ela que esse ato impensado lhe custará muito mais do que moedas valorianas. O mistério em torno do escravo é hipnotizante. Os olhos de Arin escondem segredos profundos que, aos poucos, começam a emergir, mas há sempre algo que impede Kestrel de tocá-los. Dois povos inimigos, a guerra iminente e uma atração proibida... As origens que separam Kestrel de Arin são as mesmas que os obrigarão a lutarem juntos, mas por razões opostas. A Maldição do Vencedor é um verdadeiro triunfo lírico no universo das narrativas fantásticas. Com sua escrita poderosa, Marie Rutkoski constrói um épico de beleza indômita. Em um mundo dividido entre o desejo e a escolha, o dominador e o dominado, a razão e a emoção, de que lado você permanecerá?


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Muito bom. Sinceramente, eu me interessei a ler o livro porque achei a capa bonita. Eu nunca tinha ouvido falar dessa trilogia antes mas eu fui positivamente surpreendida. A trama é bem escrita e muito fácil de ler, a gente realmente se envolve com os personagens e no que eles estão passando. Vale a pena dar uma chance.






Eu confesso que quando o livro começou eu não estava entendendo nada. Não estava entendendo principalmente porque eu nem tinha lido a sinopse do livro, só baixei e fui ler sem ter a menor ideia do que esperar. Ai Kestrel (alguém me ajuda, como pronuncia isso?????) vai lá e compra um escravo, eu deduzi que fosse importante esse acontecimento, e eu estava completamente certa, só que a partir desse ponto eu achei que ia ser uma historia de amorzinho, tipo, "Nossa, que lindo, a senhora se apaixonou pelo escravo!", ai eles iam se apaixonar ela ia libertar ele e todos seriam felizes para sempre.


ERRADO 

Ela comprou o escravo de impulso, gastou o maior dinheiro e não aconteceu nada. Nada. 

Na minha cabeça eu achei que ela fosse contra a escravidão e estivesse com pena dele, ia resgatá-lo, cuidar dele um pouco e depois libertá-lo, pra ele fazer o que quiser com a vida. Mas não aconteceu absolutamente nada, ele foi trabalhar, ela foi fazer as coisinhas de socialite dela e nada. Fiquei bastante surpresa com isso.

Mas é claro que as coisas começaram a acontecer e em algum ponto, e ele e ela desenvolveram essa relação super estranha amizade-romance-posse, porque at the end of the day ela ainda era a dona dele.
Quando o Arin se mostrou um rebelde totalmente envolvido com uma revolução, eu não fiquei muito surpresa, porque com o passar do livro eu fui entendendo que ia ter uma coisa militar, não seria simplesmente um romance, então era meio que um critério existir algum tipo de escândalo o envolvendo.

"A felicidade depende de ser livre", o pai de Kestrel sempre dizia, "e a liberdade depende de ter coragem''

Uma coisa que eu não sei se amo ou odeio no livro é que tem o ponto de vista da Kestrel e do Arin. Por um lado eu achei legal porque eu via como a Kestrel realmente o considerava, e estava sendo enganada ( me senti como se estivesse lendo o pov do Cal, no primeiro livro da Rainha Vermelha, ser enganado por alguém que você preza e tudo mais). Mas por outro lado eu não gostei muito dos capítulos do Arin porque logo no inicio do livro a gente descobre que ele é rebelde, e eu acho que teria sido muito mais surpreendente se o leitor não soubesse de nada, ai no meio do livro surge aquele plot twist. Maaaaaas, eu gostei de ler a perspectiva dele porque era ali que eu percebia que ele começava a gostar da Kestrel de verdade, que, ao contrario do que ela pensa, ele não manipulou ela pra confiar nele ou pra se apaixonar, ele estava sim repassando informações e foi infiltrado na casa de proposito, mas foi um mal necessário.

"Ele conhecia a lei das coisas: pessoas em lugares muito iluminados não são capazes de ver nas trevas"

Outra coisa que eu gostei do livro é que o lance deles foi bastante gradual, não foi aquela coisa louca e forçada de alguns livros do tipo "No momento que eu o vi, sabia que minha vida iria mudar para sempre...", e toda essa coisa clichê. A vida deles ia mudar sim, mas não por causa de uma atracão inexplicável de amor proibido e etc. Ela via ele apenas como um escravo (um escravo super inteligente, que as vezes falava demais mas ainda assim um escravo), nem houve uma coisa tipo "Até que ele é bonitinho", ela absolutamente não considerava a aparência dele ou algo assim. E com ele também era assim, ela era a filha do general que havia conquistado seu país e destruído sua família, então eles realmente interagiram para começarem a gostar um do outro.

Gostei também do fato de que ela é estrategista, o jeito como ela manipulou certas situações no decorrer do livro foi super empolgante, essa é uma característica que normalmente os protagonistas não têm, então foi maravilhoso ver a mente dela trabalhando (outra protagonista que é super meticulosa e tem cada passo calculado é a Aelin de Throne of Glass, e ótimo ler os capítulos dela), e ela também é super boa em estratégia militar o que é super legal.

E agora o dilema que acho que mais me incomodou o livro todo: não saber quem apoiar. Foi difícil porque, tinha o Arin que é originário do pais que foi dominado pelo império, teve sua família morta ainda quando era criança, perdeu a fortuna e virou escravo. E também tinha a Kestrel, filha do cara que criou os planos para dominar o país, que tinha escravizado milhares ou milhões de pessoas, mas a vida dela estava ali, e quando a rebelião começa acontece com todas as famílias valorianas, que se encontravam na capital o mesmo que aconteceu com os herranis. Era algo bem olho por olho. Eu ainda não sei quem apoiar.

Acho que um acontecimento bem marcante no livro também é quando, no meio da revolução, ela vira escrava dele, ai ele mantem ela em uma especie de prisão domiciliar pra ela ficar perto dele - e para ela não se matar ou fugir para o Império, dizendo o que estava acontecendo-, afinal ele realmente a ama (me lembrou muito King's Cage, Maven e Mare e tudo mais)


No final nossa protagonista arranja um jeito de acalmar as coisas (não vou dizer como) e o livro acaba.


Enfim, realmente não tenho muito do que me queixar pois a história e o jeito como foi desenvolvida é realmente bom e vale a pena ler. É super envolvente. 




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André William Segalla

Ler é viver mil vidas diferentes em uma única existência.